Giovani Duarte Oliveira – OAB/SC 16.353 | 17 de Setembro de 2011

 

De acordo com a história, não se tem exatamente um marco inicial para a fabricação do automóvel, por outro lado, já em 1776, tinha-se notícia de veículos que até então possuíam tração animal, adaptados como auto propulsores.

Foram realizados diversos experimentos que levaram a uma evolução de tal forma que chegou a ser considerado como automóvel. A auto-locomoção de veículos foi apresentada em 1769 por Nicolas Cugnot, na França, ao apresentar um veículo com o inovador motor a vapor como forma de impulsioná-lo. Porém, somente, após a introdução do motor de combustão interna a quatro tempos a gasolina em 1885, inventado por Karl Benz, na Alemanha, é que se começou a considerar a viabilidade de um veículo auto-propulsionado que oferecesse as condições já mencionadas.

Assim, a história relata que o primeiro veículo motorizado que foi produzido com o objetivo de ser comercializado foi um automóvel com apenas três rodas. Sua fabricação se deu no ano de 1885. O feitor da proeza foi o alemão Karl Friedrich Benz, nascido em 25 de novembro de 1844, engenheiro de automóveis, inventou juntamente com Gottlieb Daimler o veículo movido à gasolina, tendo inclusive registrado a patente (DRP 37435). 

O primeiro veículo foi construído na cidade alemã de Manheim, com um motor de um cilindro com sistema de ignição eléctrica que o permitia atingir a velocidade surpreendente de 16 Km/h. O direito da invenção é negociado com outros construtores por Daimler, e inicia sua fabricação juntamente com Benz, sendo que a união dos dois dá início ao nascimento do que conhecemos hoje por Mercedes – Benz.

Depois deles muitos outros surgiram, assim como nada mais que Henry Ford lançou seu primeiro veículo em 1892, sendo que colocou em linha de produção em 1908 o que até então era coisa do outro mundo fabricado artesanalmente.

Assim, em 1908, em Detroit, Estados Unidos da América, nasce o primeiro automóvel produzido em série — o Ford “Modelo T”, com o objetivo de tornar o automóvel acessível a todos os cidadãos norte americanos. Tal modelo tinha sua mecânica fácil, confiável acessível financeiramente, e seu empenho resultou bons números, sendo que até o ano de 1927, foram vendidos 15 milhões de automóveis Ford Modelo T. Depois de Ford, o modelo de produção é copiada por André Citroën e logo em seguida, Renault na França, Austin e Morris, na Inglaterra.

Essa evolução na fabricação de automóveis, de uma forma razoavelmente rápida, contribui para o desenvolvimento tecnológico mundial, levando a grande escala a fabricação de veículos. Em 1904, surge o primeiro Rolls Royce com um radiador que não mudou até os dias de hoje, o que igualmente, o faz se destacar entre os demais.

A idéia de Henry Ford deu certo e as fábricas de automóveis iniciaram uma produção numerosa. Diante de uma incrível invenção que era o veículo automotor, outras preocupações surgiram, eis que a maior delas, inclusive a que persiste até os dias atuais é a segurança e por essa razão no Reino Unido, na época foi criada a lei da bandeira vermelha que era nada mais nada menos que obrigada que um homem seguisse à frente dos veículos com uma bandeira vermelha soprando uma corneta, evitando assim, que ocorresse qualquer tipo de acidente.

Apesar dessa evolução nos Estados Unidos e na Europa, no Brasil, e em outros países da América Latina, a evolução automobilística chegou somente após a Segunda Guerra Mundial. Na década de 30, as fábricas estrangeiras, como no caso da Ford e da General Motors, iniciaram suas linhas de montagem no Brasil. Contudo, foi somente em 1956, durante o governo de Juscelino Kubitschek quando essas fábricas começaram a montar os seus automóveis.

O início do processo fabril se deu exclusivamente com caminhões, sendo que com o passar dos anos, iniciaram também, a produção de camionetas, jipes, furgões e, finalmente, carros de passeio. Esta indústria foi iniciada pela Fábrica Nacional de Motores, conhecida, por muitos como “fênêmê”, destacando-se pela produção de caminhões pesados. Nessa seqüência, surgiu o automóvel JK, tendo esse nome, como uma homenagem ao então presidente Juscelino Kubitschek, sendo que possuía o estilo Alfa-Romeo.

Após o início da fabricação das camionetas e dos carros de passeio, como são igualmente chamados os automóveis, começaram a ser fabricados os conhecidos Volkswagem, DKW-Vemag, Willys-Overland, Simca, Galaxie, Corcel, Opala, Esplanada, Regente e Dart.

Todos estes veículos, embora montados no Brasil, eram projetados nas matrizes européias e norte-americanas, utilizando a maioria de peças e equipamentos importados, demonstrando que a indústria brasileira, apesar de terem iniciado o processo de instalação de montadora no país em 1956, já na década de 70 dependia ainda de importação para fabricação de veículos em solo brasileiro.

A história do automóvel no Brasil se confunde com a descoberta do petróleo e com o desenvolvimento da siderurgia. As primeiras importações iniciaram pela região  Sudeste do país e os primeiros carros importados começaram a circular em São Paulo no início do século passado e somente em 1920 o Presidente Epitácio Pessoa assinou o primeiro decreto autorizando a FORD MOTORS COMPANY a se instalar no Brasil para a produção do FORD BIGODE brasileiro.

A Petrobrás foi fundada em 1953 durante o governo nacionalista do Presidente Getúlio Vargas com o lema “O petróleo é nosso”.

A verdadeira implantação da indústria automobilística brasileira aconteceu durante o governo democrático do presidente Juscelino Kubitschek (1955 a 1960) quando a VOLKSWAGEN iniciou a produção do primeiro FUSCA em São Paulo. Mais tarde a FIAT instala-se em Betim – MG dividindo com o estado de São Paulo a hegemonia de produção de automóveis brasileira. O Brasil deixa de ser importador para ser o nono maior exportador mundial de automóveis.

O veículo hoje, é uma maneira de status, uma ferramenta de trabalho, um meio de transporte, sendo que sua fabricação envolve inúmeros processos produtivos, possibilitando uma cadeia de empregos, assim como é a fabricação de peças de reposição para atendimento da enorme demanda. No Brasil, fato curioso foi a proibição de importação de veículos até que o presidente Fernando Collor de Melo abriu novamente as importações, fomentando, inclusive que a frota nacional fosse igualmente aprimorada para poder concorrer com os veículos importados que aqui voltaram a chegar.

O automóvel, então, faz parte da história da nação, das cidades, enfim, do povo, e um povo que não conhece sua história, não conhece a si mesmo, portanto, indiscutível que a história do automóvel faz parte da cultura.

Assim, o Brasil adotou o veículo como uma paixão nacional, com o gosto baseado preponderantemente nos veículos norte americanos, e atualmente, se Benz fosse vivo, teria o povo brasileiro como o seu maior fã.

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